terça-feira, 12 de junho de 2007

OTA... rio, Não!

Custa-me assistir, a cada dia que passa, à cada vez menos sustentável defesa da opção-Ota para o novo Aeroporto Internacional de Lisboa.

É que, e parece que a memória dos homens é curta, caíu completamente no esquecimento aquilo que, logo nas primeiras notícias - lá lá vão uns anos, sim senhor - sobre a hipótese-Ota, se arrancou para qualquer coisa parecida à corrida ao ouro, no velho Oeste americano, que vemos nos filmes de cow-boys.

Ninguém - NINGUÉM - se pôs, nestas últimas semanas, a investigar QUEM é que se apressou a comprar os terrenos aos proprietários locais, com a segurança de que o investimento era seguro e valeria interessantissimas mais valias na hora das expropriações.
Mas seria interessante fazer esse exercício jornalístico.

Aliás, não consigo evitar um sorriso com o seu quê de sarcástrico quando leio companheiros do chamado Jornalismo de Referência a criticarem os colegas de profissão na área do Desporto por estes - e é verdade, é sim senhor - não aprofundarem investigações em redor dos "podres", nomeadamente no futebol.

Infelizmente, vivemos numa sociedade sul-americanizada, no pior que este conceito tem.
Mas o pior é que parece que não se pode progredir na profissão de jornalista se se não conseguir estar envolvido em, pelo menos um escândalo. E cada um acha que a obrigação de chafurdar na porcaria pertence ao outro.

Os desportivos - e citando o director de um dos três jornais que diariamente temos nas bancas (é de Lisboa e não tem sede no Bairro Alto) - não estão dispostos a "morder a mão que lhes dá de comer".
Os outros empenham-se em investigações que visam "provar" que o desporto - ou o futebol - está inquinado até à medula, mas parecem ignorar as outras tramóias que se desenvolvem à vista de todos.
Diz o roto ao nú...

A Ota não é a pior das opções para a localização do novo Aeroporto Internacional de Lisboa. Prevalecendo o bom senso, não era sequer hipótese.
E insisto, que os camaradas da Imprensa de Referência se dêem ao trabalho de tentar saber quem é que hoje é proprietário dos terrenos que vão ter de ser expropriados. E desde quando são eles os proprietários. E cruzem os dados.
Garanto que as surpresas serão muitas...
E explicará muita da renitência deste Governo PS em abandonar a ideia da Ota.

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