Suprema Humilhação!...

Hoje, há pouco, quando abri o meu e.mail senti-me violentado por isso venho aqui 'desabafar' em público.

O Senhor Director do Instituto [ou lá o que seja] Tributário escreveu-me!
Claro que sei que não me escreveu a mim, pessoalmente, que é uma mensagem 'chapa 4' distribuída por todos os Contribuintes que lhes facilitaram o endereço electrónico.

E sei perfeitamente que o conselho/aviso/intimidação há meses que fora revelado pela Comunicação Social. Portanto nem de um choque se tratou. Então, porque é que me senti violentado?

Deixem-me expôr a situação de outra forma. Quem me conhece, mas me conhece realmente, sabe que eu sempre, pelo menos tentei, 'pôr-me do outro lado' antes de assumir uma posição.
Este caso é exemplar. Claro que a mensagem seria distribuída por todos os que cederam ao tal Instituto [ou seja lá o que fôr] o seu contacto de correio electrónico. Um dia destes receberei uma mensagem no telemóvel e, não descarto a possibilidade de até vir a receber uma carta. Há uma mensagem a passar e isso tem de ser feito.

Passo de novo para o meu lugar. A do receptor.

Então o sistema tributário nacional anuncía-me que DEVO exigir factura
- quando vou a uma oficina de automóveis mudar a lâmpada dos médios do meu carro (a);
- quando vou ao meu barbeiro de sempre para que me dê um 'caldinho' (b);
- quando vou à tasca da esquina beber uma bica (c);
- ou quando pernoito - coisa que o português, mesmo da classe média [e não me considero tal] faz, como 'todos sabemos' assim... dia sim, dia não - num hotel.

É o problema das 'chapa 4'! Alinham toda a gente pelo mesmo padrão.
Mas volto a vincar que até percebo. É totalmente inexequível enviar a mensagem de outra forma.
Mais, e esta é uma das partes que me fez sentir violentado, toda a gente sabe que, tirando os trabalhadores por conta de outrém - ou os ainda mais desprotegidos que trabalham a 'recibo verde' -, 'liberais', como advogados, médicos, engenheiros, médios - e até pequenos - empresários são 'irreconhecíveis' pelo tal Instituto [ou seja lá o que seja] Tributário porque apresentam as suas contas através de empresas de contabilidade.

E o que é que me é 'oferecido' em troca das facturazinhas das bicas, do galão com meia torrada, ou mesmo da troca da lâmpada dos médios do carro, da 'caldiçazinha' no barbeiro ou numa escapadinha num hotel?

250,00 € de desconto no IRS se eu gastar, nestes 'items', mais de dois terços do meu ordenado anual!
Só isto é pornográfico! Mas eu deixei umas aliniazinhas lá atrás, façam o favor de o recuperar.

(a) - EU não tenho carro!
(b) - Para meu mal, o meu cabelo não cresce, cai devido à doença de que sofro!
(c) - É raro beber uma bica (e jamais pediria uma factira por isso); e não posso comer fora simplesmente porque, por causa da doença que padeço tive que extrair todos os dentes que me restavam e, agora, por falta de massa óssea nem posso colocar aquelas próteses corriqueiras, e por causa da doença, em si, nem posso por aqueles dentinhos bonitos enrroscados nos maxilares... viriam todos agarrados á primeira dentada que desse a uma simples sandwich...
- Quanto ao hotel...

Mas atenção a uma coisa.
Ninguém que me conheça vai duvidar da minha honestidade em termos intelectuais. Isso não foi tocado pelo mal que me tomou. Por isso não esperem da minha parte um ataque despudurado à actual administração do País!

Seria o mesmo que - e isso, infelizmente acontece - 'berrar' contra os bombeiros que levaram mais 15 minutos a chegar, em vez de pedir a cabeça a quem incendiou a floresta!

Não é este Executivo que, irremediavelmente, está refém do que a Europa (ou a Alemanha) decide que é o culpado. É o bombeiro.

Procuremos quem ateou o fogo! Esse, está em Paris a viver à custa - porque é que, passado todo este tempo, ainda não sabemos - de quem?

E o 'pai' dos 'resgates' financeiros, tal como, noutro âmbito, dos 'recibos verdes', é inqualificável Soares pai! No fundo, quem nos afundou foi quem, ainda hoje, reclama que nos 'salvou' de uma Governação que merecíamos, muito mais à esquerda desse PS que não passa de um 'travesti'. Aparece homem quando lhe dá jeito, exibe-se como mulher quando lhe dá jeito.

Vade retro!...

Começámos a Partir...

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Fui, abruptamente apanhado de surpresa. Verdade que o nosso relacionamento directo ficou perdido lá para trás, no tempo; no tempo em que ambos apanhávamos o mesmo comboio de regresso a casa. Eu ainda nem tinha entrado n'A CAPITAL; já era Jornalista, tinha a minha Carteira Profissional mas ainda procurava um porto seguro. Eram ainda os tempos dos Recibos Verdes...

Ele, que reencontrara alguns anos antes na Maravilhosa Aventura que foi a passagem pela Rádio 2000, Emissor Regional de Alverca - uma 'piratinha' que teve a virtude de se lançar no futuro daquilo que, na altura, pensávamos ser o das Rádios Locais; esta quee terá sido das primeiras a ter um Departamento de Informação e, agregado a este, um Núcleo de Desporto - e que viria a integrar este mesmo pelas mãos do Zé Noras, tal como outros, provindos do Bom Sucesso, na altura Bairro muito mais periférico do que é hoje em dia. E era lá que 'morava' a RDM.

Recuando mais, muito mais, no tempo, ele foi meu companheiro de turma durante todo o Secundário, na velhinha, e agora abandonada, Escola Técnica Gago Coutinho. Ele, eu, o Mário... o Manel, que daqui a nada fará quatro anos que nos deixou. Eramos 30! Não faço a mínima ideia de por onde andam os outros 27! Ele e o Manel já nos deixaram. O Mário creio estar bem, dentro daquilo que convencionámos ser o 'estar bem'. Como eu estou, embora em relação a mim os 'critérios', ditou a roda da sorte, se tenham apertado consideravelmente. Eu ainda estou vivo.

Morreu o Chico Camisão!

Não chegou connosco, Manel, Mário e eu - fomos sempre da mesma turma - ao fim do curso. Não connosco que em 1977 completámos o então equivalente, nas Escolas Técnicas, ao 7.º ano dos Liceus que (ainda) era para quem tinha mais condições económicas que os filhos de operários fabris ainda não haviam atingido.

Reencontrei-o - e alguém se vai lembrar disto - no dia 1 de Janeiro já não sei de que ano! Mas foi há 25 ou 26 anos... 26! A RDM estivera, pela primeira vez na sua história, 24 horas no ar.
Começámos, a equipa dessa emissão especial - de que o Mário fez parte - às 20 horas do dia 31 de Dezembro e 'devolvemos' essa mesma emissão ao horário da 'grelha' normal às 8 da manhã.

Em vez de ir para a cama, fui para Lisboa onde já estudava. E nesse comboio das nova e coisa dez e tal, reencontrei-o. Não nos víamos há anos.

Foi quando trocámos informações.
«Estou nos jornais»...
... «Sou Bombeiro Profissional nos Sapadores Bombeiros de Lisboa.»

Alguns meses mais tarde, apareceu na RDM como comentador desportivo. Fez dezenas de trabalho como 'enviado' a este ou aquele campo, e estreou-se como relator de jogos de futebol a meu lado e do Afonso Castro num Torneio Internacional de Futebol, nas camadas jovens, onde tive o indiscritível prazer de ter, como meu comentados um Senhor do qual já ninguém se lembra; o Senhor Wilson Brasil.

Mas o Xico teve a humildade de reconhecer que lhe faltava algo para poder fazer um relato de um jogo de futebol e nunca, mas nunca, deixou de colaborar com a nossa equipa.

Ia para jogos, chamemos-lhe, de segunda dimensão, dos quais só tinha que dar informações.
Mas esteve connosco até ao fim.
Da RDM, entenda-se.

Entretanto, eu entro para A CAPITAL, os horários são outros, depois para A BOLA, outros horários bem diferentes... e, acho que há mais de 15 anos que não via o Xico. Que não falava com o Xico.

Não vou mais falar!

Depois de ter visto isto, hoje num jornal, tentei saber mais alguma coisa.
Pouco soube.
Terá falecido no sábado, talvez na sexta... foi cremado no cemitétio da Póvoa, no Domingo, talvez no sábado...

Sempre no meu coração, Amigo!