sábado, 25 de agosto de 2007

EPC

Cultivo, e não o escondo - embora o não ande a apregoar pela rua -, alguma admiração por meia dúzia de figuras, nomeadamente, no meio da escrita e da cultura. Todos nós temos, de forma mais ou menos pública, os nossos ídolos.
Mas eu faço-o sem ser em regime de idolatrização.

Tenho escritores favoritos, como tenho ensaistas, actores, jornalistas e meros - passe a leviandade que se possa traduzir na diminuição das figuras, das pessoas - opinion makers.

Podem abrir-me o Sol, ou mesmo A Bola, na página assinada por Miguel Sousa Tavares, com uma nota de 100 euros dobrada, a pedir para ser recolhida se as ler... que eu vou mesmo almoçar dois ovos estrelados com quatro salchichas de lata, tudo o que os meus 10 euros na carteira podem pagar.

Vicente Jorge Silva será fenomenal... mas não leio.

Mas porquê chamar aqui quem NÃO LEIO quando o que quero dizer é que hoje morreu um dos pensadores que eu não perdia.
Eduardo Prado Coelho corre o risco de, daqui a meia dúzia de meses ser esquecido porque a memória dos homens apenas guarda as paixões assolapadas e os ódios de estimação.

Reconheço que ele pode ter sido capaz de varrer todo o espectro de opiniões, de um extremo ao outro; que Eduardo Prado Coelho é capaz de ter sido o mais concensual de todos os opinion makers... e daí a incongruência. Como vai faltar gente para dizer mal dele... rapidamente será esquecido.

O que seria uma pena.
Eu lia o Eduardo Prado Coelho.
E admirava a sua escrita.
E venho aqui só para dizer, por detrás da sombra da minha pequenez que... perdemos uma grande figura das letras e do jornalismo, enquanto fazedor de opinião.
R.I.P.

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Poupar aonde Senhor Presidente?

Hoje, o nosso Presidente da República, nem sei bem a que propósito que estava a jantar e na conversa e só entrei no “assunto” depois, apareceu a pedir, ou a alertar… para que as autoridades do Poder Local gastem, com maior responsabilidade, o dinheiro que lhes cabe no Orçamento do Estado.

Acrescentou que… é preciso gerir bem o dinheiro.
Que o País tem vindo a ser penalizado por Bruxelas por não cumprir (não sei o quê!...) e que aquele dinheiro deve ser gasto beneficiando as populações.
Ok.

Infelizmente, mas as figuras continuam aí quase elevadas ao estatuto de pop-stars, temos meia dúzia de casos de… sacos azuis e quejandos. De contas na Suíça, fora aquelas de que ninguém ainda encontrou rasto…
Ok…

O dinheiro que todos os meses nos falta nos últimos 25 dias de cada mês dá-nos, a nós, o mais comum dos cidadãos, uma perspectiva bem real de que se nós não o temos… alguém o há-de andar a gastar. Serão as autarquias? Sim. Se calhar sim…
Bem? Mal?
Aqui já depende da perspectiva.

O Estado central nunca se confessou. Os pecados – que, como escrevi – acontecem, podem bem ir além dos casos que vieram a conhecimento público mas…

… mas, em mais de 50% dos concelhos, não fora o respectivo “governo” local e o número de desempregados ainda era maior. Falo do Alentejo, por exemplo, onde o maior empregador, desde há um bom punhado de anos, são as câmaras municipais.

O Governo central escolhe a dedo os poucos exemplos que são excepção para os mostrar nos telejornais, sempre enfeitados com um ministro ou um secretário de Estado.

Manifestações culturais?

Não fora as iniciativas locais e o que sobraria?
O mesmo digo em relação ao desporto.
Seja – desde que fujamos ao exemplo pornográfico da Madeira – apoiando os clubes da terra ou, por exemplo, patrocinando uma coisa que se chama Volta a Portugal em bicicleta. Ou a maioria das outras provas.

O que seria do Ciclismo sem a ajuda das autarquias – embora eu defenda que, basta tentar seguir os exemplos, os bons exemplos, que vemos lá fora, era possível fazer uma Volta sem pedir demasiado às Câmaras. O que, por cá ainda não acontece.

Senhor presidente…
Estava Vossa Excelência a pedir que os Isaltinos de Morais deste País não engordem as suas contas num qualquer banco da Suíça, ou que mandem para o desemprego mais umas centenas de milhares de cidadãos que não têm outro emprego que não seja o de… varrer as nossas ruas?
Estava Vossa Excelência a pedir que as Fátimas Felgueiras não diluam em sacos azuis – de onde tiram o que querem, quando querem – os donativos pedidos em nome do mais comum dos cidadãos?
Estava Vossa Excelência a pedir exactamente o quê?

Que se matem as pequenas colectividades?
Que se assassine o Ciclismo, por exemplo?

O que seria do Ciclismo se não fossem as autarquias?
E já agora, pode Vossa Excelência saber se o Estado, no seu todo, recebe mesmo os dinheiros que o Ciclismo tem que pagar?

Às polícias, por exemplo?

domingo, 12 de agosto de 2007

Mas quem é que nos livra d'ele?

A tronitante figura do cacique João Jardim, o mesmo que recusa às mulheres da RA da Madeira o direito à IVG por alegada falta de recursos financeiros, acaba de perdoar dividas no valor de 280 mil euros aos três principais clubes de futebol lá da terra com a desculpa esfarrapada de estar a ajudá-los a cumprir o seu papel social.

Isto é, os meus impostos, que não chegam para o senhor João "poncha" Jardim cumprir com uma decisão a que o Povo Português obrigou o Estado, estão a ajudá-lo a ajudar os clubes de futebol da região a contratar treinadores brasileiros e jogadores de todas as paragens deste santo Mundo. Porque madeirenses contam-se pelos dedos de uma mão. Isto tudo, e apesar de tudo, com o beneplácito do mesmo Estado.

E se eu não quiser contribuir, com os meus impostos, para que o senhor Jardim mantenha as suas mordomias, num estatuto quase medieval de dono e senhor de uma coutada onde ele quer, pode e manda?

Tenho ou não direito a isso?
Os dinheiros, entre receitas de jogo, do que é proveniente do turismo e dos off-shore que detém no seu território não lhe chegam para alimentar os seus cães de fila? Incluindo os clubes de futebol?
E porque é que o clube da minha terra, por dívidas contraídas, se viu relegado, em dois anos, da liga profissional à II divisão distrital e eu tenho que pagar treinadores brasileiros e croatas, e jogadores de toda a parte do Mundo para que os clubes madeirenses se mantenham na órbita dos profissionais?

E quando é que é feita uma Lei que me permita a mim, e a todos os cidadãos mais conscientes deste país, decidir o que querem fazer com os seus impostos?

Por exemplo... criando uma lista de instituições que, sendo financiadas pelo Estado, logo, com o nosso dinheiro, nós possamos financiar directamente?

Explico... porque é que eu não posso, na minha declaração de IRS, indicar que quero encaminhar a minha contribuição social para o Instituto Português de Oncologia, por exemplo. Em vez de o mandar para o grande saco de onde, depois, parte do total acumulado vai para a Madeira onde o senhor Jardim cerceia às mulheres locais um direito conquistado por todas as suas iguais, e depois perdoa as dívidas dos clubes profissionais de futebol?

Era simples... a cada um de nós era permitido decidir a quem queríamos doar a nossa contribuição social.
Se houvesse quem não se importasse que o seu dinheiro fosse para contratar jogadores brasileiros para o Marítimo ou para o Nacional... eu estava-me cagando!
Queria era ter a certeza de que o MEU dinheiro não ia parar à quinta do senhor Jardim.
Nem da senhora Felgueiras, nem do senhor de Oeiras - que nem me lembro do nome dele!

sábado, 11 de agosto de 2007

Tenho vergonha!!!! (Onde me posso esconder?)

Céus... quem explica estas conduções de emissão tendenciosamente a pender para o lado do FC Porto por parte dos jornalistas das RTP?

Eu sei, todos sabemos que já levaram umas chapadas valentes, por parte de associados do emblema do dragão, mas... querem ser jornalistass ou não?

É vergonhosa a inclinação dos "jornalistas" - tenho que por aspas... por tudo o que estamos a ver e a ouvir - para o lado do azul-e-branco.

Se calhar era melhor a RTP, na defesa da integridade dos seus assalariados - que não conseguem "despir a camisola" - deixá-los de fora destes jogos.

Destes e de todos os outros.

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Obrigado Cavaco Silva (nunca pensei escrever uma coisa destas)

Cavaco Silva terá lido, ou já sabia dele o suficiente, e devolveu à AR o documento que ditava o novo Estatuto dos Jornalistas.

Nunca pensei escrever isto, mas valha-nos os liberais de um partido centro-direita para pôr um travão neste descontrolado Partido "Socialista".

Raúl Rêgo, um histórico do velho PS e um homem da CS pode descansar mais umas semanas em paz.

De que nos valem "grandes reportagens" a acusarem o regime de Fidel Castro de, passe a coincidência do apelido, castrar a liberdade de expressão quando, aqui mesmo, dentro de nossa casa, o que se pretende é exactamente o mesmo. Ainda que o "presente" venha embrulhado em papel de seda.

Nunca pensei escrever isto: obrigado Cavaco Silva!

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

A coisa começa a raiar o paranóico… (mas com muito boa disposição à mistura!)

Embora, e dentro daquilo que a Comunicação Social me proporcionou enquanto informação, tenha de admitir que os três casos, ou melhor, que este último, nada terá a ver com os dois primeiros, começo a ficar preocupado com as opções editoriais, pelo menos da RTP.

Desde o caso-Charrua… semana sim, semana não, lá surge mais um caso em que, aparentemente, o Governo é prepotente. Mas eu acho que não é tanto assim.

Deu-se a “infeliz” coincidência de as duas primeiras vítimas do pouco sentido de humor do Governo – e atenção! desconfiem sempre de quem não tem sentido de humor!... – serem figuras ligadas ao principal partido da Oposição. E criou-se de imediato a figura da perseguição aos “inimigos” políticos.
Não sei se foi e nem me interessa.

Aliás… isso dos inimigos políticos não há-de andar muito longe dos adversários no futebol.
Dentro do campo é cada um pelas suas cores; acabado o jogo… é tudo amigo.

Excepto naquelas situações em que dois, um de cada equipa, “embirram” em ser ele pagar o champanhe que for preciso para, no final da madrugada, poder ficar com a Natasha!
A grande novidade da noite no Elefante Branco.
Mas isso são outras “estórias”.

Esqueçam este capítulo – como nos DVD chamam ao espaço que isola cada uma das canções…

Em frente.

O que hoje foi notícia foi o afastamento da Directora… tchiiii, mudei de canal e agora já não sei se era mesmo directora! Bem, não interessa… da senhora que mandava no Museu Nacional de Arte Antiga.

Ainda ninguém disse que seja militante de qualquer partido, ou de algum dos fragmentos da Oposição. Mas, mesmo que seja…

Uma coisa é dizer uma piada sobre o PM que, quer ele queira quer não, é sempre motivo para piadas e para todos os gostos… Se até o Cristiano Ronaldo, que ganha mais do ele o é… e se até a Merche Romero, que é muito melhor (*) do que ele o é… porque é que (ainda por cima!!!!) um tal de… Pinto de Sousa (é o apelido do homem…) o não haveria de ser?

Ora essa!...

--- Já explico o (*)

No segundo caso, uma pobre de uma senhora que, sem ter sequer que picar o ponto, só tinha que ir – nem se sabe se todos os dias – a um Centro de Saúde… é corrida porque – e é mentira, é mentira – não mandou retirar uma fotocópia com uma “boca foleira” de um… ai, ai, aiiiii… de um Ministro!, no Centro de Saúde de que era a Chefe… foi atirada para o desemprego! Tssss, tsssss, tssss…

--- Já explico o (*) de lá atrás…

Agora, com esta da Directora do Museu de Arte Antiga… Meus Senhores, é diferente. Era directora, sim senhor… mas se se manifestou de forma que entrou em colisão com o que os seus superiores acham (mesmo que achem mal!...) isto foge ao quadro dos dois primeiros casos.

Eu, “quando” for chefe de alguma coisa… a primeira coisa que vou fazer é óbvia!

A meu lado, ali pertinho… hão-de ficar pessoas da minha confiança.
Desculpem, não, não é “tachismo”… nem eu nem ninguém consegue trabalhar se, imediatamente a seguir, na hierarquia, estiver aquele gordo com cara de bufo ou aquela mais mal pintada que um quadro da Paula Rego…

É fundamental, para quem assume a responsabilidade de liderar, seja o que for, rodear-se de duas ou três pessoas de sua confiança…

Se a senhora não concorda com as directrizes vindas dos seus superiores… faz aquilo que as pessoas com coluna dorsal fazem… demitem-se.

Mas esta história – já lá vou ao (*), chissaaaaaa!... – no seu todo preocupa-me porque… com o Governo de férias, me está a parecer um pouco obtuso, por parte da RTP, esta coisa de achar… “vítimas” do Governo. Ainda por cima, quando é a força do governo que sempre prevalece.

Sei lá… é como que, com o bebé fora, de férias com os pais, a “babá”, para agradar… insiste em dar a sopinha ao urso de peluche!

--- Ok… vou explicar o (*)

Há grandes confusões entre as formas superlativas de bom e bem… que são, MELHOR e MAIS BEM. Eu explico…

Eu estou bem, mas podia estar MAIS BEM.
A minha vizinha não é má… mas a Merche Romero é… MELHORRRRRRRR!