terça-feira, 19 de junho de 2007

Livrem-nos da Madeira e dos madeirenses!... Já!

O senhor José Berardo, madeirense sem qualquer profissão conhecida mas que, dizem, é dono de colossal fortuna, ainda que seja do domínio público que grande parte dela foi conseguida especulando na Bolsa, já para não falar do facto de, vá lá saber-se porquê, e depois de um “braço-de-ferro” com o próprio Governo da Nação, ter conseguido “impingir” ao Estado, a troco de um cheque com muitos zeros à direita de um qualquer número que a mim, para já, nem me interessa, um local onde “arrumar” a “tralha” – por mais valor que tenha – que foi juntando ao longo da sua vida de “chico-esperto” (explico: comprando a cinco tostões o que, de antemão, sabia valer 5 contos de réis), saltou para as parangonas dos jornais a semana passada quando lançou uma OPA sobre a SAD do Sport Lisboa e Benfica.

Não me admiaria nada se, nas próximas semanas – se é que há vontades para levar isso a cabo – esta sua saída de um anonimato mais ou menos gerido ao longo e décadas, não venha a revelar-se apenas um estratagema para esconder algum vício privado, tentando fazer sobressair uma (duvidosa, apesar de tudo) pública virtide…

Não tenho nada contra quem é esperto. O mundo é deles.
Nós, a maioria, aqueles que declaram no IRS que, afinal de contas e apesar de vários dias de pingo no nariz, só compraram um medicamentozinho para a gripe que, no todo, nem vai alterar o que vamos ser obrigados a pagar ao Estado, porque trabalhamos, não nos devemos queixar só porque somos assumidamente parvos.

Mas voltando ao senhor José Berardo…
Um dia ainda vamos saber porquê, a meio da semana passada apareceu em todos os jornais e em todas as televisões porque lançou ma OPA sobre a SAD do Benfica. Sem quaisquer interesses particulares. Nem sequer pretendia um lugar na administração.

Nesse dia, as acções do Benfica-SAD subiram acima dos 60% sobre o valor que tinham na véspera.
Primeira questão: alguém se preocupou em tentar saber quantas acções o senhor José Berardo tinha na véspera e… quantas vendeu nesse dia?

Não. O jornalismo desportivo, apesar de todos os seus defeitos, é ainda alguma coisa de tão ingénuo que custa a acreditar.
E o jornalismo da chamada “Imprensa Séria” anda um bocado a gasóleo… custa a atingir a velocidade de cruzeiro… por isso, na maioria das vezes, vê fugir-lhe as grandes oportunidades de conseguir grandes histórias.
Por isso tantas vezes pega naquilo que – e em relação a isso eu sou TOTALMENTE contra – os “desportivos” deixam cair porque… ah! grande Alerxandre Pais, afinal de contas, mereces aqui uma referência, foste o único capaz de dizer que, cito: “Não podemos morder a mão que nos dá de comer!”
É triste ganharmos a vida a lamber as botas seja de quem for...


Pessoalmente, lamento que um director de um jornal – neste caso, o director de um “desportivo” - reconheça que está prisioneiro do “sistema”, mas ao menos disse-o…

E o José Berardo – se fosse tratá-lo aqui como comendador, teria que referir que, aqui no bairro e tirando aquele gato que por aqui apareceu há uma semana, coxo e evidentemente doente, pois até o pelo lhe cai – só eu ainda não ganhei uma medalha no dia 10 de Junho –, porque as revistas “cor-de-rosa” não lhe dão destaque, o que não deixa de ser um trunfo a favor, pelo menos não é, ou não consta que seja, maricas – e porque os jornais de “referência” se limitam ao noticiário das agendas ditadas diariamente pelos assessores dos ministros, resolveu uma bela manhã investir nos “desportivos”.
Todos morderam o “isco”.

Mas, já ouvi dizer – que por essa experiência, valha-me Belzebu, não quero passar – que a “febre” de uma – ainda que procurada – mediatização é algo incontrolável.

E o homem, experiente – devia dizer mesmo, esperto –, garantido o lugar no palanque, depois das palavras bonitas, aquelas que os tolos gostam de ouvir, num momento de incontineência verbal que, inevitavelmente haveria de acontecer (acontece sempre a quem se vê em cima de um palanque!), vem perorar contra quem? Exactamente contra o nome (de um jogador) que a esmagadora maioria dos detentores de acções do Benfica-SAD tem como referência.

As palavras foram recolhidas depois de uma qualquer festa social em que o champanhe correu a rodos?... Ok. Acredito.
Mas que foi um lindo tiro no pé… ah!, isso foi.
Pobres sapatos, italianos, de certeza.

No meio do “aborregado” seguidismo que hoje pude ler, salvou-se o meu querido João Bonzinho. Nem mais, João!

Deixem-me deixar aqui uma das minhas comparações aparvalhadas.
Um qualquer senhor milhões propõe-se lançar uma OPA sobre Portugal, mas vem logo dizendo que Camões foi um rimista abaixo de organizador de marcha popular, ou que Fernando Pessoa nem poeta foi. Que Nuno Álvares Pereira, mais valia que se tivese reformado, em vez de dirigir as nossas tropas contra os castelhanos ou que Gago Coutinho não passou de um tolo. Esperava 60 anos e fazia a travessia aérea até ao Brasil num qualquer simulador de vôo disponível na Internet.

Eu sei que o dinheiro ainda comanda este mundo, mas a gentalha deste calibre…

Merda!... Quando é que fazem a porcaria de um referendo para nos livrar-mos, de vez, da Madeira e dos madeirenses que se julgam mais espertos que todos os outros?
Independência à Madeira JÁ.
Sem porquês nem senãos.

Sem comentários: