quinta-feira, 28 de junho de 2007

Estranhas inimputabilidades

Toda a gente viu na televisão o senhor Madureira, vulgo "o macaco", a distribuir fruta - ai! fruta não, que acima do Douro tem um signifcado muito sui-generis -, porrada, pronto! à esquerda e à direita, pulando filas de cadeiras, descendo ao recinto do jogo...
Todos viram mas, pasme-se TODOS viram mal!

Aliás, sabendo-se intocável - e aqui reside outro dos mistérios que envolve esta figura - não se escusou a desmultiplicar-se em entrevistas onde explicou a este bando de ceguetas, que somos nós todos, que não participou em nenhum acto de violência, antes pelo contrário, disse. Estava a tentar por cobro àquilo.

É um ponto de vista. A melhor maneira de acabar com um arraial de porrada é deitar por terra todos os oponentes. Pronto, acaba!

Foi o que Pizzarro fez com os indígenas sul-americanos e os estadunidenses com os ameríndios. Levou algum tempo, mas acabaram com as guerras. Aniquilaram o adversário? Isso é um pormenor que para aqui não é chamado.

Gostava que alguém me explicasse se é serviço público enviar uma equipa de reportagem para cobrir o julgamento de um reconhecido hooligan e chefe de bando que limpa zona de serviço sim, zona de serviço sim, quando se deslocam para apoiar o seu clube, principalmente se o resultado é transformá-lo em "herói". E vimo-los ontem, a ele e ao seu advogado, todo eles sorrisos, mais do que certos do resultado da decisão do Tribunal.

Até onde se estendem as influências desta figura?
Mas o que realmente me preocupa é que a televisão entrou neste "jogo" e o Madureira somou mais uns pontos na consideração e respeito que os deliquentes disfarçados de apoiantes dos clubes já tinham por ele e hoje há muitos mais madureiras, mais confiantes de que são quase imimputáveis. Façam as diatribes que fizerem.
Mas porquê? Pergunto eu.

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