terça-feira, 26 de junho de 2007

Força com a Campanha, mas direccionem-na correctamente

É uma das notícias do dia. Os fumadores custam ao Estado 434 milhões de euros em despesas de saúde.

Ok, não vou enveredar por um discurso propagandista - nunca o faria - pró-tabaco. Aliás, no artigo anterior já deixei uma pista.

A primeira notícia li-a em papel (leia-se, num jornal, que posso abdicar da bica, mas não dos jornais), esta ouvi-a na televisão: cada vez há mais jovens a fumar.

Ok... parece-me fácil a decisão. Aumente-se (ainda mais) o preço do tabaco. A prioridade é mesmo, impedir que os jovens se acostumem. E se um maço de cigarros custar seis, sete... dez euros, a grande maioria não terá dinheiro para o comprar.

Se bem - e isto, mais dia menos dia, servirá de tema, aqui, a um artigo - que, digo-o com muito desagrado, haja teen-agers com "mesadas" superiores ao ordenado mínimo nacional. Os papás bem que podem ganhar, honestamente, tanto dinheiro que podem dar 600 ou 700 euros de mesada aos pimpolhos, mas não deixa de ser humilhante para muitos ( a maioria) dos chefes-de-família que, com menos do que isso têm que accorrer a todas as necessidades do seu agregado familiar. Os filhos destes não têm três euros para comprar tabaco.

Mas, como referi, nem me passa pela cabeça fazer aqui a apologia do tabagismo.
Até porque é proíbido!... :-)

Por isso perdoou ao Governo, ou ao "aparelho" de estado que nos dá, de chofre, números alarmantes de gastos públicos com a saúde, "esmagando" em culpas e remorsos os fumadores, quando não diz que os fumadores contribuem, indirectamente, mas contribuem, com larga fatia para o Orçamento de Estado através do Imposto sobre o Tabaco que nos leva a pagar a dez vezes mais o preço que custa, de facto, cada cigarro.

É, ou foi, uma opção de milhares de cidadãos, esmagadoramente cumpridores, no que respeita ao pagamento dos outros impostos, e não merecem serem tratados quase como criminosos.

Ok, aceito, se integrada numa campanha para desencorajar potenciais novos fumadores, que se esgrimam números desta forma. Mas assim, desenquadrados, soam àquilo que, de facto são: uma vil tentativa para a ostrasização dos que, por escolha própria, queimam um cigarrito de vez em quando.

Eu sei que não posso eternizar este tema. Até me ficava mal... Nem espero que o Governo publique a (anafada) parcela de lucros que tem com os fumadores - não fosse alguém, de repente, cair na tentação de tentar ajudar a "salvar" as miseráveis contas do Estado - mas há mil e uma maneira de encarar a luta anti-tabágica, com algum sucesso.

Pelo que ouvi na televisão... quando o aumento do número de fumadores está perfeitamente identificado - são jovens e, na maioria... raparigas - não me castiguem a mim proibindo-me de fumar num restaurante.

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