terça-feira, 31 de julho de 2007

"Sou um português" - 1, 2... 3!

Rafael Bordallo Pinheiro, ceramista, filho de uma família de artistas plásticos, conquistou a imortalidade ao “inventar” o Zé Povinho – ainda hoje símbolo do português do povo –, mas a figura claramente rural, de chapéu, barba grande e a fazer o manguito, que é coisa que habitualmente se faz nas costas de alguém logo, revelando mais do que irreverência, um tudo nada de… cobardia (que também nos identifica, sim senhor!) ver-se-ia bem mais aflito para encontrar o “símbolo” nacional do Século XXI.
Mas hoje teria tido, só vendo o Telejornal, três boas pistas.

Caso.1 – Milhar e meio de pessoas passou a última madrugada ao relento, em Matosinhos, porque uma empresa de mobiliário oferecia… 100 “cheques” de 100 euros (20 contos) aos primeiros a entrar na loja que abria… hoje de manhã.
Das duas, uma…
... a partir do meio da fila – já dando uma larga margem de manobra (porque até somos, reconhecidamente maus a matemática e os dedos não chegam para contar atém tantos…) – as pessoas ou não sabiam que só havia 100 cheques para dar ou, bem à portuguesa, acreditaram no “milagre da multiplicação”.

Eu acho mesmo é que a partir do 200 ninguém sabia era mesmo o que ali estava a fazer… havia uma fila e, à portuguesa, colaram-se a ela.
É tão grande o hábito…

Caso.2 – Primeiro, não percebo porque é que, sendo que o selo NO carro só é obrigatório a partir de Setembro… o prazo para a sua compra terminou hoje… 31 dias antes!
Ok… mas começou a 1 de Junho. Há 61 dias!...

E não é que ainda havia gente a queixar-se?
Ouvi um rapazola a “mandar vir” com o facto de a “repartição de finanças” lá do sítio está num contentor, que havia pó e calor… e o diabo a quatro; outro que já vinha de Loures e não encontrava selo em lado nenhum; uma "madama" que não deixou de sublinhar que... interrompera as férias!...
E ninguém lhe disse… “amiga… há oito dias não havia aqui ninguém para comprar o selo!”

Caso.3 – O Fisco arrecadou mais de um balúrdio com uma ideia pioneira do senhor Macedo, que agora sai de “big-boss” das Finanças, e que foi tão simples quanto isto: afixava-se os nomes dos caloteiros e…
… e claro que deu resultado.

É que toda a estrutura, à volta daquilo que o “tuga” mais preserva, assenta… na ideia que os “vizinhos” têm dele.
Vai de férias para Cancun; oferece um carro à filha que vai fazer 18 anos; instala ar condicionado no quarto e dormir, que é o sítio onde menos é usado, mas o aparelho pendurado na parte de fora da parede dá “status”…
“mostra” que é… ALGUÉM.

É tudo comprado a crédito, mas que interessa?
O jantar são sempre sopas da Knorr, que aconchegam as duas sandochas que fingiram de almoço… mas o que conta é aparecer, aos olhos do vizinho, como alguém que “não gasta mais porque não lhe apetece…”

Vejam agora o “estrago” que não faria ter o nome na lista de devedores ao Fisco!

Este Paulo Macedo (agora, ex-responsável máximo por esse aspirador que nos leva coiro e cabelo) não é um super-iluminado… apenas ia tomar a bica ao mesmo café a que iam os vizinhos do seu bairro e… percebeu tudo aquilo que EU já tinha percebido.

Por isso, se não se importarem e quiserem mandar um emailzinho ao senhor ministro das Finanças a dar-lhe conta das minhas capacidades… Obrigado!!!!

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