segunda-feira, 30 de julho de 2007

O País pode esperar...

São oito e quarto da noite – ou devia dizer da tarde? – e acabo de desligar a televisão para não ver, outra vez, o Luís Filipe Vieira a chorar. Agora por causa do livro do Mantorras!

Estive, já perceberam, a ver o T
elejornal.
No Canal Público. Ainda assim aquele de que sou freguês.

Um despiste de uma carrinha com teen-agers, por acaso escuteiros que, ainda assim – e ainda bem, sob o ponto de vista das editorias do Telejornal – deu uma perna partida com direito a intervenção cirúrgica, o que justificou três equipas de reportagem no exterior: uma (apoiada por uma infografia animada) no local do acidente; outra no local da concentração nacional dos “escutas” e uma terceira às portas do Hospital de Abrantes; as elevadas temperaturas – como se para qualquer cidadão fosse notícia o facto de hoje ter estado um bafo monumental – e os habituais rodapés (os idosos e as crianças devem evitar a exposição ao sol e ingerir muitos líquidos, de preferência!!!!! Água – não fora a gente optar pelo gin tónico que, ainda é mais fresco); o resultado de uma audiência que não deu mais que umas multas pecuniárias a (alguns de) um bando de energúmenos que tentaram bater num político há quatro anos atrás… e duas entrevistas na praia, com o pessoal a achar que se ‘tá bem, que na Alemanha é uma seca com apenas 25 graus no Verão, e outros, só a servirem de suporte às imagens, a comerem alarvemente uma fatia de melancia.

Pelo meio, e já não vi o desenvolvimento da notícia, o caso de um pendular que hoje terá feito a viagem Lisboa-Porto sem… ar condicionado.
Uma mancha, num dos melhores serviços que por acaso temos.

Mas dizer mal é sempre notícia.

Antes do Telejornal vi mais uma repetição do Preço Certo, com o Fernando Mendes a ser corpo e alma de um concurso repetitivo que só a sua intervenção mantém nos tops.

E, mesmo tratando-se de uma repetição – este programa, por acaso, não tinha visto ainda – foi nele que vi/ouvi a grande declaração do dia. Às clássicas perguntas do último dos “velhos” humoristas, uma senhora, muito perto da casa dos 50 respondeu que “estava na maior empresa do País: os desempregados.

Viva a Informação que dá férias aos políticos quando muito do mais básico daquilo a que temos direito, enquanto cidadãos, é obrigado a ir a banhos porque os senhores políticos também têm direito a férias.

O País pode esperar…

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