terça-feira, 24 de julho de 2007

Liberdade de Imprensa Ameaçada

Há já uns dias que venho a adiar a MINHA opinião sobre o novo Estatuto do Jornalista” mas, por um motivo ou outro, vai-se a oportunidade, escoa-se a vontade… perde-se o comboio.

Mas estou agora, e aqui, para me manifestar.
Não concordo.

E o facto de não concordar não tem nada de corporativo.
O Diploma apresentado por este Governo, Socialista (?) na designação, faz-nos recuar cinco dezenas de décadas. Só a maioria conseguida no elenco do parlamento levou à sua aprovação. E, embora a política não seja, de facto uma das áreas onde me mova com algum à-vontade, exemplos destes levam-me à conclusão que, neste sistema chamado de “democrático” as maiorias parlamentares são perniciosas.

Logo, e como embora seja possível trazer de Cabeceiras de Basto autocarros cheios de velhotes para fazerem a festa de uma vitória descolorida para a… Câmara Municipal de Lisboa – quem haveria de dizer, não é doutor António de Oliveira Salazar? – isso não tem mais peso do que aquilo que lhe daremos, sou levado a constatar que… maiorias parlamentares NUNCA MAIS. Nem que tenha que votar no fascista PNR!

A figura do Jornalista – mesmo sabendo que a “caixa alta” já não faz sentido, porque cada vez há mais jornaleiros que jornalistas – não pode ser condicionada. Não há liberdade que sobreviva a uma Comunicação Social manietada, condicionada... – já basta as pressões dentro das próprias redacções – açaimada.

Nunca, e não há um único exemplo na História, nenhum Jornalista teve como motivação o mergulhar numa investigação que não fosse além do querer dar ao seu Jornal o exclusivo de uma estória. Mais nada.

Se um Jornalista consegue chegar, com as ajudas – normais e naturais, das fontes que fidelizou – a um indivíduo que é procurado pela polícia, jamais poderia ser dado a um juíz o poder de o obrigar a revelar as fontes. Quando muito… julgassem-se as instituições policiais por serem menos “penetrantes” que os próprios jornalistas. Mas pronto... isso já estava no Esatuto do Jornalista. Só em tribunal e perante um Juíz - e não seria em todas as situações - um Jornalista poderia evelar a forma como chegara à notícia.

Com as recents mudanças, e sem podermos garantir às nossas fontes a segurança de que jamais as revelaremos, seja em que circunstância fôr… vamos perder fontes.
Sem essas fontes vão acontecer casos que escaparão ao Jornalista e a pergunta que fica no ar é só esta: a quem interessa isso?
A resposta é claríssima: a quem teve o cuidado de cercear a liberdade aos jornalistas.

Neste caso concreto, ao Governo do senhor engenheiro – que não é engenheiro – José Sócrates. Que é do Partido Socialista. Vejam lá se não fosse…

Mas ainda há gente pensante neste país. A última esperança que nos resta é que estes consigam sobrepor-se aos vermes rastejantes que parecem aqueles cachorros que há 30 anos toda a gente tinha atrás dos bancos traseiros dos automóveis e que abanavam “que sim, que sim” ao longo de toda a viagem.

Sem comentários: