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Vi, mas foi de raspão, porque sou muito selectivo naquilo que vejo por isso não vi muito. Vi o que quis. Aquele presidente do STJ, com cara de fuínha e vozinha de cana rachada, pondo-se em bicos dos pés para poder ser visto e que dá pelo nome, acho eu, de Noronha do Nascimento, impertignou-se e baboseou que, cito de memória «há gritantes desigualdades nos sacrifícios que estão a ser pedidos aos portugueses» e que «isso de prolongar horários de trabalho e de cortar nos subsídios»... ui, ui! «faz lembrar os tempos do PREC».
Na primeira fila, Cavaco Silva bateu palminhas... (com saudades dos subsídios, com certeza, marimbando-se para os desgraçados que, por mês - os quatro que em cada cinco ainda conseguem ter trabalho - não recebem 8 mil euros/mês mas, em média, 800. DEZ VEZES menos)
Este NN, tal qual o PGR cujo nome agora não me ocorre e não vou procurar, são dois 'boys' - melhor dizendo, dois esqueletos - que o falso engenheiro, verdadeiro culpado por tudo o que estamos a passar, e pelo que ainda aí vem, colocou no poleiro e que por artes mágicas - e puro desprendimento - estão agarrados aos seus cadeirões como lapa à rocha. Esta, ao menos, coitada, tem de levar com as ondas do mar na carapaça de dois em dois segundos!
Esta gentinha não tem vergonha?
É evidente que, também ele, terá ficado sem os dois meses extraordinários, mas vir, quase 40 anos depois, falar do PREC...
O PREC aconteceu no Verão/Outono de 1975. Lembro-me perfeitamente de os meus pais terem de ir trabalhar UM domingo - era então o único dia de descanso dos 'pés descalços' - a favor do País. Um só. E foram de vontade.
Dois anos antes, e sem quaisquer regalias - não me lembro de o meu pai ter férias antes de 1974 - trabalhando o mesmo não ganhava mais do que um conto e quinhentos (7,5 €).
Em 1975 o seu ordenado era de 15,00 € (mais ou menos). Pagávamos de renda de casa, desde 1973, 4,00 € (800$00).
Imaginam o que era um pai de família, com três filhos, dois deles na escola, a ganhar 7,5 € e, só para a renda da casa ter de dispensar quatro?
Nunca passei fome mas, francamente, não me lembro que idade já teria quando, pela primeira vez comi um bife com batatas fritas!
O PREC - e isto, embora, infelizmente, não se aprenda ainda na escola - pese embora tenha sido um período conturbado, no seu aspecto político, alavancou a CLASSE POBRE, em termos sociais.
Que sabe este NN disso? Seria um jovem estudante, proveniente de boas famílias que, provavelmente, não sei, ficou sem uma herdadezinha no Alentejo onde 'escravizava' a ralé. E quase que aposto que teria uma mesada superior à do ordenado do meu pai.
Quase 40 anos depois, e só se via a sua cabecinha de alfinete porque, aposto, as duas mãos estavam agarradas ao cadeirão onde se sentava, esta aventesma vem falar do PREC.
O Otelo teve sempre razão. Deviam ter enchido o Campo Pequeno com esta gentalha, ou os seus progenitores, e feito salchichas com eles usando as G3 que fossem necessárias.
Mas, duas gerações criadas debaixo da batina de Salazar, fosse por que meio fosse, haveriam de manter-se, primeiro, com a cabeça à tona de água e, depois, pouco a pouco, recuperando lugares-chave enquanto os Homens do PREC se desmultiplicavam de forma a levar a TODO O PAÍS um pouco mais de JUSTIÇA.
Daí até aos 'engenheiros' formados a um domingo, e sem que os professores das disciplinas que compunham o seu 'curso' lhes tivessem posto a vista em cima bastou uma geração.
A parte... entre-entre... que aqui falta é da responsabilidade de uma figura que, curiosamente, ainda muitos admiram... idolatram. Tinha umas bochechas redondinhas, fez sempre jogo duplo, no que respeita à descolonização, entregou a África, até então portuguesa, a quem lhe deu mais sem nunca deixar de apoiar, e disso tirar os respectivos e chorudos dividendos, o outro lado.
E são dele 'filhos' os 'socialistas' até hoje!
E, caninos, os que os 'socialistas' apoiaram esfalfaram-se em defender a aventesma do Sócrates, que hoje, não me atirem areia para os olhos, vive à grande e à francesa - no verdadeiro termo da palavra - à custa daqueles que promoveu.
Cáfila de incompetentes e corruptos. Que de tão agarrados que estão aos seus cadeirões, de onde não sairão se não lhes puserem uma granada despoletada bem debaixo, que nos compense por os seus pais não terem sido varridos a tiro no Campo Pequeno, durante o tal PREC, dificilmente sairão de lá.
Mas atenção!
Estão a 'cucutar a onça' a cada dia que passa com uma varinha mais curta!...
Já são 800 mil desempregados - embora 30 a 35% destes sejam 'jovens licenciados à procura do seu primeiro emprego" e que jamais aceitarão (nem lhes será oferecido, não sejamos totalmente pacóvios) ir trabalhar num supermercado... ou nas obras, se vier a haver obras.
São os 'filhos do sistema'.
A 4.ª geração. Os que, desempregados, coitadinhos, recebem dos papás mesadas de 1000,00 €.
Mas tenham em atenção, mão os putos (como aqueles que acabei de descrever) nas os seus pais que, desesperados já estão, e que um dia destes chegarão à conclusão que, perdido por um, perdido por mil...
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