sábado, 26 de janeiro de 2008

Expliquem-me, Por Favor!...

Ando agitado. A pressão arterial anda desalinhada, as batidas cardíacas de freio nos dentes.
Ando rabugento. Irritável. Olho de esguelha a palete de comprimidos que tenho de tomar diariamente. Serão os azuis que me põem neste estado? Ou aquelas cápsulas brancas e laranja? Desconfio de todos os brancos. Porque é que não têm uma outra côr qualquer como os outros? Assim confundo-os.

Estou implicativo. Eu, que sempre cultivei um low-profile que até ajuda a esconder esta timidez militante.

Acabo de ouvir, no Telejornal da RTP.1 um jornalista com a tarimba do José Rodrigues dos Santos ler sem pestanejar uma notícia que me irritou ainda mais.

Uma cidadã estadunidense terá sido raptada não sei em que país árabe. Enfiaram-lhe uma burka e as autoridades perderam-lhe o rasto. Só se sabe que tem 49 anos!...

Espera aí... Não se sabe nada sobre a mulher, se é alta ou baixa, loura ou morena, gorda ou magra, casada ou solteira (ou viúva ou divorciada), se tem pé-chato ou usa dentadura postiça, tudo coisas extremamente difíceis de perceber. Mas alto lá... Não nos enganam assim, sabemos que tem 49 anos.

Mas que raio de Informação é esta? Que jornalismo temos, afinal? E o que julgam eles (jornalistas) de nós, consumidores de notícias? Que somos completamente idiotas?

Se não sabem quem é, se não têm nenhum dos dados que atrás referi... como sabem que tem 49 anos?

Haja uma alma caridosa que mo explique.

Ah!, já agora, eu tenho 48 anos.
Esqueçam o 1,65 metros, os 74 quilos, os olhos azulados, o cabelo curto quase à escovinha, que uso prótese dentária e lentes de contacto...

No caso de vir a ser raptado não se esqueçam que tenho 48 anos. Acho que será meio caminho andado para poderem localizar-me e libertar-me.

Se é que eu vou querer ser libertado para voltar a esta sociedade em que metade são loucos e a outra metade parece se-lo.

x x x x x x x

Hoje até o "grande" Expresso comete um erro primário, daqueles tão primários que irritam mesmo!...

Nas páginas 2 e 3 desenvolve-se a teoria de que Portugal pode mesmo ser um alvo do terrorismo que se esconde atrás do crescente.
Não me surpreenderia nada, até porque se os "amigos" estadunidenses nos confundem com uma província de Espanha porque não há-de fazê-lo a Al-Qaeda?
Jamais a ETA, que esses conhecem a geografia ibérica.

Mas, na coluna mais à direita na dupla página do trabalho Portuguese Connection, lá nos tentam explicar como funciona a coisa dos níveis de segurança.
Ficamos a saber que está dividido em quatro estágios. Do amarelo Alfa ao que, suponho tenha sido a intensão, vermelho (saiu marrón) Delta.

A linguagem, isso é identificável, é militar e recorre ao alfabeto fonético usado há séculos nas suas transmissões só que... está ERRADO.

O alfabeto fonético - cada letra é transformada em palavra que não deixa margem para dúvidas na sua correcta interpretação - é o seguinte: A - Alfa; B - Bravo [e não BETA]; C- Charlie; D - Delta; E - Eco; F - Foxtrot; G - Golf... H - Hotel, e por aí adiante...

Até o Expresso...
Quem me acode???

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