domingo, 23 de setembro de 2007

Nunca fomos mais do que Figurantes

Em relação ao caso-Little Maddie...

Enquanto os jornais e as televisões portugueses serviram os interesses dos McCann, estes apareciam todos os dias, mesmo antes de lavarem os dentes, para quotidiárias declarações e os primeiros faziam, quer quatro páginas ou 20 minutos de abertura nos telejornais.
Não acrescentaram nem uma linha na história que ainda está por contar.

Os media britânicos piraram-se com o casal actualmente mais conhecido a nível global e as nossas televisões, assim que deixaram de ter como "décor" as câmaras e os microfones dos colegas da SkyNews ou da BBC, perderam a verve.
Não têm nada para dizer.

Aliás, nunca tiveram. Mas aparecer em primeiro plano, com aqueles "adereços" em fundo dava estatuto. Aos jornalistas em campo e aos editores, em Lisboa. Perante os seus superiores.

Os ingleses foram-se. Estão, ao que tudo indica, a cozinhar um história paralela. E os portugueses, que nem disso são capazes, meteram as violas (leia-se microfones e câmeras) no saco e voltaram ao rame-rame das redacções. Presos a um número de telefone de uma pretensa eventual fonte.

E os jornais fizeram o mesmo. Nos dois semanários, este fim-de-semana repisou-se no já escrito. Não têm mais nada e não podem sair de fininho. Ou melhor... É isso que estão a fazer. A sair de fininho.

Com as eleições internas no PSD aposto que o caso-Maddie rebaixará a uma breve.

Fálo do quê?
Da inexistente vertente do Jornalismo de Investigação em Portugal.
E não será só porque falta formação aos profissionais da informação neste campo muito sensível do Jornalismo.

Aliás... terá passado ao lado dos menos atentos, mas a última grande tentativa de um jornal - de referência - em mergulhar numa história das chamadas... sujas, na nossa sociedade - por acaso era sobre futebol e sobre um tal... Apito Dourado - a única (autoproclamada) jornanista de investigação acabou por... escrever a biografia da sua mais proeminente figura!...

Entretanto... num "simples" caso de rapto - ou "morte acidental"... o que é que nos dão os ingleses? Nada mais nada menos que... a "desinteressada" demissão de um senhor, de um cargo no Governo para ser... "porta-voz" do casal!

Perguntamo-nos todos: seriam os ingleses capazes de abafar um crime, mesmo que não intencional, em nome... do nome de todos os ingleses?
Não digo nada!...

E como é que nós, depois de termos levantado todo um circo à volta da coisa saímos disto?
À portuguesa!
Se há muita gente num restaurante, os empregados estão pelos cabelos sem conseguir dar conta do recado e estamos pertinho da porta de saída... mesmo que a conta do jantar seja de 17,50 € por quatro pessoas... tentamos sair de fininho.

E vamos gozar para outra freguesia.

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