domingo, 12 de agosto de 2007

Mas quem é que nos livra d'ele?

A tronitante figura do cacique João Jardim, o mesmo que recusa às mulheres da RA da Madeira o direito à IVG por alegada falta de recursos financeiros, acaba de perdoar dividas no valor de 280 mil euros aos três principais clubes de futebol lá da terra com a desculpa esfarrapada de estar a ajudá-los a cumprir o seu papel social.

Isto é, os meus impostos, que não chegam para o senhor João "poncha" Jardim cumprir com uma decisão a que o Povo Português obrigou o Estado, estão a ajudá-lo a ajudar os clubes de futebol da região a contratar treinadores brasileiros e jogadores de todas as paragens deste santo Mundo. Porque madeirenses contam-se pelos dedos de uma mão. Isto tudo, e apesar de tudo, com o beneplácito do mesmo Estado.

E se eu não quiser contribuir, com os meus impostos, para que o senhor Jardim mantenha as suas mordomias, num estatuto quase medieval de dono e senhor de uma coutada onde ele quer, pode e manda?

Tenho ou não direito a isso?
Os dinheiros, entre receitas de jogo, do que é proveniente do turismo e dos off-shore que detém no seu território não lhe chegam para alimentar os seus cães de fila? Incluindo os clubes de futebol?
E porque é que o clube da minha terra, por dívidas contraídas, se viu relegado, em dois anos, da liga profissional à II divisão distrital e eu tenho que pagar treinadores brasileiros e croatas, e jogadores de toda a parte do Mundo para que os clubes madeirenses se mantenham na órbita dos profissionais?

E quando é que é feita uma Lei que me permita a mim, e a todos os cidadãos mais conscientes deste país, decidir o que querem fazer com os seus impostos?

Por exemplo... criando uma lista de instituições que, sendo financiadas pelo Estado, logo, com o nosso dinheiro, nós possamos financiar directamente?

Explico... porque é que eu não posso, na minha declaração de IRS, indicar que quero encaminhar a minha contribuição social para o Instituto Português de Oncologia, por exemplo. Em vez de o mandar para o grande saco de onde, depois, parte do total acumulado vai para a Madeira onde o senhor Jardim cerceia às mulheres locais um direito conquistado por todas as suas iguais, e depois perdoa as dívidas dos clubes profissionais de futebol?

Era simples... a cada um de nós era permitido decidir a quem queríamos doar a nossa contribuição social.
Se houvesse quem não se importasse que o seu dinheiro fosse para contratar jogadores brasileiros para o Marítimo ou para o Nacional... eu estava-me cagando!
Queria era ter a certeza de que o MEU dinheiro não ia parar à quinta do senhor Jardim.
Nem da senhora Felgueiras, nem do senhor de Oeiras - que nem me lembro do nome dele!

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