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PREÂMBULO
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PREÂMBULO
… é, acreditem, um momento difícil para mim, aliás, dentro
de uma sequência de momentos difíceis que tenho vindo a passar nos últimos
(quase) dois anos! Ainda agora, no ‘Correio da Manhã’ de sexta – ou quinta? –
feira da semana que terminou vinha uma notícia de página inteira a
relembrar-nos de um caso quase macabro em que, mau grado um conclusivo NÃO APTA
PARA O DESEMPENHO DAS SUAS FUNÇÕES LABORAIS, redigido por uma Comissão de Verificação
de Incapacidade do Instituto Português de Segurança Social, a Caixa Geral de
Aposentações (funcionários do Estado, a senhora era Professora), por via
administrativa negou a reforma a uma doente com… Cancro! E ela foi obrigada a
trabalhar até MORRER! Aqui lhe presto a minha singela Homenagem!
É assim! Após três, mais duas avaliações médicas nas quais
fui sempre declarado INCAPAZ PARA O DESEMPENHO DA MINHA PROFISSÃO…
… ADMINISTRIVAMENTE, neste caso – não sou funcionário do
Estado - estou sob a alçada do Centro Nacional de Pensões do IPSS, e pela segunda
vez, já que recorri da primeira decisão (aliás, voltei a recorrer da segunda) -
ALGUÉM DE FATO E GRAVATA, QUE ENTRA ÀS
NOVE DA MANHÃ E SAI ÀS CINCO DA TARDE, com o ‘conforto’ de poder desfrutar de
um pequeno almoço, meia hora depois de começar a trabalhar – se chegar a horas
-; de um almoço pelas 12 horas e de um lanche pelas 15.30 – na Rua de
Entrecampos e num curto círculo que engloba a Av. EUA, a oferta é grande e agradável
-, regressando ao local de trabalho pouco mais de uma hora antes de ‘arrumar’ o
EXPEDIENTE e voltar para casa, alguém que NÃO HÁ-DE SER MÉDICO, mas que detém
um poder superior a estes, DECIDE SOBRE A VIDA DE MILHARES E MILHARES DE
TRABALHADORES QUE LHES PAGAM O ORDENADO!
Se calhar é por isso que pessoas REALMENTE DOENTES, vêem
negado o seu direito a uns últimos meses de vida sem mais preocupações do que
aquelas que a Vida já lhes trouxe.
Como o meu humor Alentejano não esmorece, eu estou mesmo a
ver como se chegam a estar ‘decisões’! Agarram um monte de processos,
atiram-nos ao ar e… os que caírem em cima da secretária… até pode ser que se ‘safem’!
Os que caírem no chão, estão automaticamente postos de lado.
E eu caí no chão, onde é que haveria de caír?, não há nada
mais abaixo!
SERVE ESTA (desculpem-me) LONGA ‘INTRODUÇÃO’
PARA ASSINALAR
UMA EFEMÉRIDE,
QUE TEM QUE SER FEITA AGORA
PORQUE PARA O ANO QUE VEM JÁ NÃO VAI
SER POSSÍVEL!
10 de AGOSTO DE 1977
(MIL NOVECENTOS E SETENTA E SETE)
10 de AGOSTO DE 2014!!!
Não houve conversa nenhuma, nenhuma tentativa de encontrar
uma saída… o Meu Pai Pôs-me no mercado de Trabalho. E, por esses anos seria
inadmissível que um simples ‘puto’ da classe baixa se opusesse à decisão do Pai!
O orçamento mensal em casa tinha que ser reforçado, e tinha
duas irmãs ainda a estudar e às quais o Meu Pai jamais admitiria que não lhes
fosse proporcionada a possibilidade de… chegarem até onde eu tinha acabado de chegar!
Mas o meu Pai tinha sido posto a trabalhar aos 9 anos de
idade! e, apesar das pancadas que levou na Vida, prevalecia – aqui, e
reconheço-o , até porque Abril de 74 tinha acontecido há pouco mais de 3 anos –
ele achou que tinha de haver uma igualdade de oportunidades para todos os
filhos!
NUNCA QUESTIONEI ISSO EM MOMENTO ALGUM ENQUANTO ELE FOI
VIVO!
Não o vou fazer agora!
E PRONTO, FAZ HOJE 37 (TRINTA E SETE)
ANOS QUE EU COMECEI A TRABALHAR…
E a descontar… SEMPRE!!! Para a ‘Caixa’!

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Fui servente de pedreiro; ajudante de eletricista; ajudante de serralheiro - ENTRETANTO, JÁ À MINHA CUSTA E COM O MEU DINHEIRO, VOLTEI À ESCOLA, AINDA NÃO ERA O 12.º ANO ANO... ERA O PROPEDÉUTICO, estudando à noite, enquanto trabalhava de dia -; fui para uma empresa de Metalomecânica Pesada (e vai em caixa alta para tentarem imaginar, que saber nunca o saberão, como era), um Estaleiro Naval!
Aproveitei um curso interno para ser Soldador (vejam na wikipédia) onde cheguei a Operário Especializado!
Pelo meio, em meados dos anos 80 do Século passado, começam a aparecer as Rádios 'Piratas'... envolvo-me num projecto aqui onde moro. Ainda sou soldador, mas abdico da minha hora de almoço para, diariamente, isto a partir de 1986, manter uma rubrica sobre desporto no Bloco Noticioso do meio-dia/13 horas...
Era feito a partir do telefone fixo (que isso dos telemóveis ainda era ficção ciêntifica) na portaria do Estaleiro Naval, à revelia das chefias, mas com a conivência dos porteiros...
Um dia passou-me uma coisa pela cabeça e despedi-me.
Fui trabalhar para uma empresa de 'cattering' no Aeroporto de Lisboa... Dois turnos: das 6.00 às 16.00 horas, uma semana; das 15.00 (para mudança de turno) às 24.00, na semana seguinte...
Depois deixei tudo outra vez e assumi um lugar de chefia na Rádio. Horário? Das 00.00 às 24.00! Claro que não estava sempre lá, mas TINHA QUE ESTAR DISPONÍVEL!
Ordenado? 20,00 €/mês!
Mas nessa altura vivi um período turbolento na minha vida. Em todos os aspectos. Como aqui só interessa o profissional...
Depois de um Curso no Cenjor - Centro de Formação de Jornalistas - vejo-me, pela primeira vez nos jornais. No há muito extinto 'Tempo', cujo director era Nuno Rocha!
O 'Tempo' acaba e fico com um dos Directores Executivos que formou uma nova empresa com um grupo de amigos.
Eram quatro 'jornais' mensais - um a sair em cada semana - onde, de repente me vejo como Chefe de Redacção - JÁ TINHA A CARTEIRA PROFISSIONAL, daí a minha escolha, claro!
Aprendi a fazer tudo!
As entrevistas - volto a recordar que ainda não se sonhava com telemóveis - eram marcadas por telefone, sim senhor, mas SEMPRE FEITAS PRESENCIALMENTE. Até fiz uma na Embaixada de Israel!
Escrevia-se à máquina, os textos, emendados à mão, eram entregues a - eramos uma organização pequenina, com seis jornalistas, duas secretárias, dois fotógrafos e um gráfico - este!
As fotos a cores tinham que ir a uma empresa externa para que produzissem as quatro películas diferentes... e nos dias de fecho, semanalmente, lá estava eu, a cortar texto de uma fita fotográfica (era o linotipo) que se colava com... cera, à maquete desenhada pelo nosso gráfico. Faltava texto... se a página era a preto e branco... aumentávamos o tamanho das fotos; o que era impossível fazer às fotos a cores pelo que, muitas vezes, em cima da hora tinha que escrever mais 600/800 caracteres...
O resto da História já é 'normal'.
A CAPITAL de 1990 a 1999; A BOLA desde 2000!...

SE ALGUÉM ACHAR QUE ELA MERECE ALGUM RESPEITO... eu agradeço!
ATÉ PORQUE NÃO VAI DURAR MUITO MAIS!
... é que agora estou assim,
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