domingo, 8 de dezembro de 2013

HOJE TIVE VERGONHA DE SER PORTUGUÊS...

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E PERGUNTO-ME SE NÃO TENHO O DIREITO DE ABDICAR ´
DA MINHA NACIONALIDADE E TORNAR-ME APÁTRIDA!

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Poucos sabem disto.
Há 25 anos atrás, pela mão de um grande Amigo e Jornalista - isto quando eu ainda dava os primeiros passos na profissão - tive a oportunidade de Conhecer Pessoalmente, e de com ele falar - mentira minha, que a tal não ousaria, mas o OUVIR - um dos mais famosos nomes da Cultura Portuguesa, ao mesmo tempo, um dos homens mais simples e que já conheci e completamente desprendido em relação a quaisquer hipotéticos 'reconhecimento' dos seus pares, muito menos ainda - seriam, pura e simplesmente rejeitados - dos políticos que nos governavam! Ou Desgovernavam! E que ele abominava com o maior dos desprezos. Aquele que só um ser superior se pode dar ao luxo de cultivar.

Não se achava, nunca se achou, superior a ninguém. Pensador, Filósofo das massas, é practicamente ignorado por todos, pese embora ainda o tenham convencido a fazer algumas séries de programas na televisão, amava os seus gatos, e subia ao Jardim do Príncipe Real - onde o conheci - para dar milho aos pombos.

Políticamente correcto, fosse sob o 'manto' rosa ou o laranja, Eduardo Lourenço não negou nunca o epíteto de Filósofo da Nação.

Ao contrário de Agostinho da Silva - de quem estou a falar desde o início - que sempre negou esse estatuto. Expulso do País por Salazar, voltaria depois da Libertação do País mas... recusando ser cidadão DESTE País que o expulsara. Por isso, regressado do Brasil após 1974, viveu até à sua morte unicamente com o apoio dos seus amigos e discípulos.

Recusou a reintegração na sociedade burocrática portuguesa, NUNCA mais teve um bilhete de identidade, por isso não era votante, não era beneficiário, não era contribuinte!

Assumiu-se como APÁTRIDA, no seu próprio País. Leiam Agostinho da Silva, em vez dos descabelados top-5 na lista de vendas das editoras livreiras.

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Lembrei-me de Agostinho da Siva, com quem privei - ok, ok... a quem ouvi, muitas vezes, eu sempre calado - num qualquer banco do Jardim do Príncipe Real. E ele não estava lá para 'dar lições de Filosofia mas para 'contar estórias' que os Velhos, como ele era, contam a quem estiver disposto a ouvir.    

E lembro-o agora por ele, sem sombra de soberba - tinha sido uma decisão pensada [«Não posso gostar de quem não gosta de mim! Logo, nada lhes devo... Foram eles que me fizeram abandonar a minha terra para não ser preso, e preso eu nunca seria!»] - decidira tornar-se apátrida!

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Foi o que ontem senti! E só já não tenho tempo, porque a figura está prevista nas Leis nacionais!

E isto porquê?

Este último Verão foi castigador em termos de fogos, não só em hectares de floresta ardidos como, principalmente, no número (sempre exagerado, nem que tivesse sido só UM) de Bombeiros mortos!
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E ontem, um senhor professor da Universidade de Coimbra, encarregue, sabe-se lá por quem... sabe-se lá por quem... "vomitou" uma conclusão: «OS MORTOS DEVERAM-SE À MÁ ACTUAÇÃO NO TERRENO DOS... PRÓPRIOS BOMBEIROS»!

Aos Bombeiros das redondezas da habitação deste 'senhor professor' que nunca levantou o cú da cadeira, não só não levo a mal como até aconselho que, na infelicidade da acontecer um incêndio na casa do 'doutor'... se deixem ficar socegadamente nos seus quartéis. Deixem arder...
NÃO COMETAM MAIS ERROS!

EU NÃO QUERO PERTENCER AO MESMO PAÍS DESTE DESQUALIFICADO!

Que percebe ele de mudanças de vento? De terrenos complicados, com declives, dos quais não é fácil sair quando as labaredas invertem o sentido e começam a QUEIMAR os Carros dos Bombeiros? Que, numa pequena clareira, de onde se supunha ser, mais ou menos seguro fixar um ponto de ataque às chamas, depois de duas reviravoltas do vento começa a arder por TODOS OS LADOS cortando qualquer caminho DE FUGA AOS HOMENS E MULHERES que estão no terreno...


Mais, acho que ele deveria ser sujeito a um JULGAMENTO PÚBLICO! Com os familiares dos BOMBEIROS MORTOS como júri!

Isto já não é um País, não é nada! E EU NÃO QUERO FAZER PARTE DELE!

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