Li ontem - e ao ver a manchete do Correio da Manhã confesso que estremeci das unhas dos pés à ponta dos cabelos - que a Polícia Judiciária nas últimas semanas andou a investigar... fornos crematórios que, ainda que ilegais, existem no Algarve onde é grande a comunidade de britânicos residentes.
E o Correio da Manhã tentou falar com os donos (holandeses) de um deles.
O tentar, eu percebo. Significa que soube da sua existência.
Não confio se lá foram ao não.
Soube que existe, que funciona e fez um telefonema.
Não responderam? Não faz mal chega para a notícia.
Mas porque é que há fornos crematórios no Algarve se, e esta informação tenho-a como válida, em Portugal só mesmo o do Cemitério Oriental (vulgo, do Alto de São João) está em funcionamento?
Se bem que o Cemitério dos Olivais também tenha um, desactivado, e na mui insuspeita vila de Ferreira do Alentejo, onde eu vivi entre os sete e os dez anos, há outro, mandado construir por um benemérito que não queria que a sua carcassa, depois de morta, fosse devorada pelos vermes.
Mas que também está desactivado...
Porque é que há crematórios no Algarve?
Pois bem - e aqui é precisa alguma fleuma para perceber a maneira de estar dos britânicos - para que os seus "pets" (cãozinhos, gatinhos e outros bixinhos que fazem companhia aos reformados de terras de Sua Majestade que escolheram o Algarve para gozarem as suas reformas) tenham um fim digno daquilo que foram: os melhores amigos dos seus donos.
A alternativa, em Portugal, é atirar os bichos para o contentor do lixo.
Sem respeito por eles, nem por quem, mui honradamente tem que viver do limpar do lixo que todos nós fazemos.
E por isso, parece que há - há de certeza, segundo o Correio da Manhã - crematórios, ainda que ilegais no Algarve. Ilegais só porque não são licenciados - e nós devemos ser os melhores do Mundo a "castigar", no sentido de multar, quem faz aquilo que o Estado devia fazer mas não faz.
Morre o nosso querido Bobby, morre o nosso querido Tareco - e eu já tive cão e gatos, e já morreram e foram (dignamente) enterrados num descampado aqui perto de onde habito - e, num último gesto de reconhecimento... os seus corpos mortos são cremados.
Não me admiraria - nem sequer tenho nada contra - que as cinzas voltem para casa.
Já não para a alcofazinha, mas pelo menos... não são atirados ao lixo.
Esqueçam toda esta parte!
O que realmente interessa é que a PJ á andou a investigar os crematórios que, parece, são mais do que muitos pelo Algarve.
E isto deixa-me aterrado.
Com falta de ar...
E com um rancor - se eu acreditasse em deus, apressar-me-ia a pedir-lhe perdão - de morte em relação aos McCann.
Eles estão tão seguros de que o corpo da sua pequena filha não será encontrado que até desafiaram, no sítio que têm na Internet, a PJ a encontrá-lo para depois os prender...
Eu não quero nem imaginar que tenham tido a coragem - porque até para os maiores actos de cobardia é preciso ter alguma coragem - de terem enfiado o corpito da sua própria filha num caixote qualquer e mandado cremar como se de um simples "pet" se tratasse.
Primeiro: não poderiam ter sido eles a fazê-lo o que junta mais um MONSTRO a esta história; segundo... se isso aconteceu, é evidente que a(s) pessoa(s) donas desses tais crematórios para "pets" jamais terão pensado que estavam a cremar outra coisa que não... um animal de estimação.
Eu sei o que é a Imprensa Sensasionalista.
Também sei que as pessoas que lá trabalham, a maioria, é porque não conseguem um lugar num jornal melhor, mais credível, mas nem admito a hipótese de esta notícia ter sido inventada.
Era abaixo de... não, não era de "pet", era mesmo abjecta.
Por isso considero a hipótese como... provável.
Será que, no meio daquele grupo de amigos britânicos que "só" estavam a passar umas feriazinhas no Algarve... houve uma cabeça demente que se lembrou que a melhor maneira de se livrarem do cadáver da Maddie seria... queimá-lo, como se de um cãozinho se tratasse?
Estou a suar.
Suores frios... só de pensar nisto.
Principalmente porque, se tiver sido esse o caso, a verdade é que jamais se encontrará o corpo.
Não me digam que deus existe, e é melhor para ele que não exista mesmo porque se eu desse de caras com ele usava-o como qualquer trapo molhado para dar na focinheira de quem acredita que ele existe.
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